Arquivo mensal: setembro 2018

UM POEMA PARA MEU NETO

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UM POEMA PARA MEU NETO

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UM POEMA PARA O MEU NETO
Tu já protestavas, no ventre que te gerou:
“Só vou nascer quando a primavera
Quiser me receber…”
Então, vieste bem antes do sol raiar…
Já pressentindo a chegada da primavera,
No momento em que os jardins começarão a florir,
E as flores começam a abrir,

Agora, tudo é esperança,
E vontade de usufruir de um tempo novo.
Chegaste na vida ao anúncio da primavera,
Muitas cores… mil matizes… mil flores… mil perfumes…
Foi-se o frio do inverno,
Ventos fortes do noroeste já estão limpando o céu,
Para torná-lo na cor do puro anil.
Tempo ansiado de se ter felicidade,
E cantar de novo as canções de alegria.

Vem para a vida, meu neto.
Vem para gozar do nosso amor.
As portas do tempo, e as janelas,
Estão abertas para te receber.
Já escutamos teus passos,
Procurando os teus caminhos,
E abrigo para o teu futuro.

Vem para a vida, meu neto,
Deita tua cabeça em meu peito.
Eu te ensinarei os segredos que sei, da vida.
E, também, procurarei ouvir dos teus mistérios.
Pousaste em nossas vidas como uma ave migratória,
Para um breve repouso,
Enquanto construirás o teu próprio destino.

O que acontecerá durante os teus voos?
Quais serão as perguntas que tu farás?
Me pergunto também, sobre ti e teu destino.
Procurarei ouvir as respostas,
Meditando no silêncio das madrugadas,
Antes do sol nascer,
Como nos silêncios, antes da alvorada…
Como no dia em que tu nasceste.
[Derval Dasilio].
annabel e daigo
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[Annabel e Daigo – Neta e Neto]

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CERTO COMO ESTRELAS FLUTUANDO NO ESPAÇO

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CERTO COMO ESTRELAS FLUTUANDO NO ESPAÇO
É certo, contudo, que o sol
e as estrelas flutuam no espaço sideral.
A terra tem a forma de laranja,
dizem os professores aos meninos e meninas,
logo que aprendem a ler.
Há certeza sobre as trajetórias dos satélites soltos,
milhares de metros acima, no ar frio e distante próximos da lua.
Tudo é grandioso, e não sei dizer quase nada sobre isso.
Fala-se dessas coisas com uma espécie de felicidade,
como se fora uma conquista da humanidade,
e que o motivo da gente estar aqui
não é uma especulação sobre o destino humano,
mas uma realidade insofismável.
Nem é uma frase de efeito do propagandista oficial,
vinda do gabinete do governador,
contando mentiras sobre feitos imaginários.
Como se fossem realizações do seu governo.
Ou um reconhecimento de que o motivo da gente estar aqui,
ainda vivos e de pé, se deve tão somente à sorte…
Sorte das cartas marcadas, dos das ou da roleta viciadas.
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Derval Dasilio
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OS QUE LUTAM POR CADA CENTÍMETRO DE CHÃO

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Prazeres são para os abastados,
tristezas são para os que mendigam
um pouco da felicidade que não têm.
São esperados os milagres da prosperidade
sem suor ou labor.
E os prazeres,
que recheiam cada minuto do tempo de uns,
equivalem às desditas
dos que lutam por cada centímetro no chão,
para poderem manter-se de pé,
como pugilistas de peso desigual,
rosto sangrando, costelas quebradas de porrada,
em cada área que ocupam na superfície,
e no espaço deste planeta.
A rotina diária da oficina, da fábrica.
A bigorna, as pinças, o martelo, o machado, a cunha,
o esquadro, a esquadria, o sargento, a plaina,
a chave de fenda, a chave de boca.
O jardim, o escritório, a loja,
a mesa e as ferramentas de trabalho,
indicam o ofício do trabalhador ou operário.
O arado, a pá, a picareta, o rastelo e a enxada,
manufaturas, comércio,
engenharia, construção de canais,
construção de cidades, cada atividade,
Walt Whitman, meu poeta preferido,
diz que estas são as marcas do labor do homem comum.
Derval Dasilio

 

ELES VENERAM DEUSES DO ÓDIO E DA IRA

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ELES VENERAM DEUSES DO ÓDIO E DA IRA
Eles, os fundamentalistas,
fa1lam com naturalidade da proximidade
de uma hecatombe mundial.
Pensam em algo tão terrível que ninguém ousa referir-se,
à viva voz, ao desastre exterminador próximo da raça …
A não ser murmurando com os dentes crispados,
como homens primitivos devorados por um deus da ira moderno,
tecnológico, que eles mesmos criaram.
Agora, implantam chips de ódio e raiva nos semelhantes…
Vocês não sabem que eles estão reduzindo a humanidade
ao estado de antropoides darwinianos, tirânicos,
dominados por um desejo de poder brutal e devastador?
Dotados de sentimentos que desencadeariam sucessivamente
instintos mais bestiais na multidão,
Eles estão prontos para exterminar todos os demais.
Estão dispostos a afirmar o seu poder
através das tecnologias da morte.
No lugar que almejam,
livros serviriam somente como combustível
para cozinhar a raiva e o ódio pelos párias,
sem-trabalho, sem-terra, sem-teto,
sem-escola e sem-saúde…
[2]
FICAM PROIBIDOS O AMOR E A COMPAIXÃO…
Enquanto ficam proibidos servir os alimentos do amor,
da compaixão, da solidariedade..
Para fundamentalistas, a humanidade
não é mais que um enorme depósito de carvão,
destinada à combustão.
Uma civilização que pretende eternizar o ódio e a destruição.
Você, amigo ou amiga, pode ler em muitas línguas,
mas não ouvirá ninguém falando desse assunto…
Ninguém fala disso, mas você pode ler a mensagem,
até do presidente da república,
ou até do supremo tribunal,
dos juízes togados, que pensam estar participando
de um filme de Hollywood, e você não verá
nada disso que eu estou falando aqui.
Não está no relatório do ministro da defesa,
nem na agenda do homem que controla o tesouro nacional.
Não está no jornais da direita ou no muro das lamentações;
não está na televisão do bispo pentecostal,
nem naquela telinha alugada, onde o presidente aparece
dizendo que as instituições estão em plena normalidade,
quando manda o exército ocupar favelas,
enquanto juízes da mais alta corte o protegem.
Não está nas rádios,
nem está nos dados estatísticos do IBGE ou do IPEA.
Nem aparece nos boletins da Bolsa de Valores.
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CERTO COMO ESTRELAS FLUTUANDO NO ESPAÇO
É certo, contudo, que o sol
e as estrelas flutuam no espaço sideral.
A terra tem a forma de laranja,
dizem os professores aos meninos e meninas,
logo que aprendem a ler.
Há certeza sobre as trajetórias dos satélites soltos,
milhares de metros acima, no ar frio e distante próximos da lua.
Tudo é grandioso, e não sei dizer quase nada sobre isso.
Fala-se dessas coisas com uma espécie de felicidade,
como se fora uma conquista da humanidade,
e que o motivo da gente estar aqui
não é uma especulação sobre o destino humano,
mas uma realidade insofismável.
Nem é uma frase de efeito do propagandista oficial,
vinda do gabinete do governador,
contando mentiras sobre feitos imaginários.
Como se fossem realizações do seu governo.
Ou um reconhecimento de que o motivo da gente estar aqui,
ainda vivos e de pé, se deve tão somente à sorte…
Sorte das cartas marcadas, dos dados ou das roletas viciados.
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Derval Dasilio
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