Na minha ilha secreta,
e vou me abrigar sob as grandes árvores,
observando que seus ramos se espalham,
trazendo tranquilidade e silêncio,
enquanto me livro momentaneamente do pavor
e dos tormentos que fazem ferver meu sangue
Ali, uma pavoa dança numa clareira,
cercada do verde, no centro da floresta.
Um papagaio pendurado num galho
Mas, se enfurece quando olha para baixo,
e vê a sua própria imagem no rio que corre para o mar.
Pensa que um concorrente quer tomar seu amor.
Na praia, o nosso barco solitário nos vê de mãos dadas
caminhando na areia,
lábios colados nos lábios do outro,
ao longo das areias marcadas pelos nossos pés.
Enquanto caminhávamos abraçados,
Imagino como estão longe as inquietas terras além do mar,
distantes da ilha secreta.
Como estamos longe dos mortais escondidos lá do outro lado,
num mundo que esqueceu do silêncio das árvores,
e dos ramos sob os quais encontro o sentido do amor.
Amor que nasce como uma estrela,
mas caminha no espaço como um meteoro,
Meteoro que também vagueia em chamas entre os astros.
Na terra, aquele que sente nas águas as asas
e o impulso do arpão que busca atingir de morte o marlin,
sabe que estou falando dos que temem a morte.
Nos pesados dias do luto daqueles que lamentam,
e suspiram por cem dias,
pelo meteoro incontrolável que vagueia nas mais altas alturas.
As nossas sombras permanecerão,
Quando anoitecer, na ilha eterna e silenciosa,
Junto à fogueira das paixões, perto das águas sonolentas,
repousaremos envolvidos nas sombras da nostalgia,
e da saudade dos dias que ainda iriam nascer.
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POEMA DAS DESPEDIDAS
Quando caem as folhas no outono,
as mais longas, ainda verdes,
apontam o começo do fim da nossa existência.
Devemos assumir as folhas amarelas,
como as que caem do morangueiro silvestre,
que nos deu frutos vermelhos, na estação da fertilidade.
Sobre nós, agora, caem as folhas amarelas…
Envolvem-nos, então, os poemas das despedidas,
porque a hora do declínio do amor
Agora, nossas almas estão cansadas,
Separemo-nos, querida,
e esfrie os dias de paixão,
nem de cantar as melodias simples
Com um beijo e uma lágrima,
e vou me despedindo da vida que tivemos juntos.
[Derval Dasilio]
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